DATA: 21/03/2022
O contato com as artes pode trazer
inúmeros benefícios para o desenvolvimento criativo das crianças. Na Fundação
das Artes de São Caetano do Sul, alunos com necessidades educacionais especiais
também podem participar dos cursos oferecidos, contando com o apoio do Programa
de Apoio Pedagógico à Inclusão (PAPI), que visa garantir o direito à cultura e
ao aprendizado das linguagens artísticas para todos, desenvolvendo diversas
ações pedagógicas.
O aluno Augusto, de 7 anos, tem
síndrome de Down e iniciou o curso de Musicalização em 2021, apresentando
diversos avanços, de acordo com sua mãe, Patrícia Correia Lemos. “Percebi
melhorias na dicção, na fala, na coordenação motora, na audição, na atenção e
no foco nas atividades”, explicou Patrícia, moradora de São Caetano do Sul há
cinco anos. Ela conta que se mudou para o município justamente em busca de um
olhar diferenciado de carinho e respeito às crianças com necessidades
educacionais especiais. Por indicação da pediatra e ao conversar com outros
pais de alunos na escola em que Augusto estuda, ela descobriu a Fundação das
Artes.
Augusto sempre apresentou interesse
pela música, gosta de tocar variados instrumentos musicais, cantar e
dançar. No primeiro momento, sua mãe o inscreveu em percussão, mas ao receber
orientações da professora Lisbeth Soares, uma das responsáveis pelo PAPI, optou
pela musicalização. “Ela me explicou que, inicialmente, o ideal seria fazer a
musicalização, para ter contato com todos instrumentos, conhecer mais sobre a
música e os sons. Futuramente, ele pode definir se quer tocar algum instrumento
específico”, contou Patrícia.
A convivência com outros colegas da turma também é muito importante. “Esse
contato é essencial, pois a criança com síndrome de Down ‘copia’ o
que as outras fazem, elas acabam sendo uma referência. O Augusto inclusive
ficou muito feliz porque um outro amigo que era de sua escola está na mesma
sala de musicalização e é alguém em que ele já confia e o ajuda muito”, disse.
“A Fundação das Artes promove esse
acesso à cultura, ao ensino e ao desenvolvimento nas artes, que é um direito de
todos os cidadãos”, afirma Lisbeth Soares, do PAPI. O Programa leva em
consideração as particularidades de cada aluno para adotar medidas como
flexibilização curricular, aulas de apoio, adaptações nas avaliações e
materiais e ações junto aos professores e famílias.
Há ainda um trabalho de parceria entre a Fundação das Artes com
profissionais da saúde e entidades como as Secretarias de Educação (SEDUC), da
Pessoa com Deficiência (SEDEF) e outras instituições do município.
Dia Mundial da Síndrome de Down
Comemorado em 21 de março, o Dia
Mundial da Síndrome de Down busca conscientizar a sociedade sobre a síndrome e
garantir que as pessoas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas
as pessoas. A data, 21/3, foi escolhida porque representa a triplicação
(trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome.
De acordo com o Ministério da
Saúde, a Síndrome de Down (SD) é uma alteração genética presente na espécie
humana desde sua origem. Foi descrita há 150 anos, quando John Langdon Down, em
1866, se referiu a ela pela primeira vez como um quadro clínico com identidade
própria. Desde então, se tem avançado em seu conhecimento. Em 1.958, o francês
Jérôme Lejeune e a inglesa Pat Jacobs descobriram a origem cromossômica da
síndrome, que passou a ser considerada genética.
A Síndrome de Down não é uma
doença e, sim, uma condição genética inerente à pessoa, porém, está associada a
algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da
criança.
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