O edifício da Fundação das Artes, na Rua Visconde de Inhaúma, foi projetado por Luiz Gobeth Filho e Luiz Guaraldo. Inicialmente, seria a sede da Faculdade Municipal de Ciências Econômicas Políticas e Sociais.
O plano inicial não se consolidou. Após um acordo com o então prefeito Walter Braido, a Fundação das Artes se mudou do prédio onde hoje é a EMEF Profª Eda Mantoanelli para o local, onde está até hoje.
Natural de Itapira, interior de SP, Milton Andrade (1937 -2009), Milton Andrade foi grande entusiasta e articulador da cultura na região do ABC. Formado em Direito e Letras, foi secretário municipal de Cultura e diretor da Fundação das Artes de 1968, ano de sua criação, até 1983. Em 2019, em sua homenagem, o prédio sede da instituição recebeu o nome de “Edifício Milton Andrade”. Na foto (ao centro), Milton Andrade fala com as crianças na Fundação, acompanhado do violinista e maestro Moacyr Del Picchia (à esquerda, de costas).
Em outubro de 1971, o consagrado ator de TV, cinema e teatro Paulo Autran visitou a Fundação das Artes para assistir ao espetáculo Julio Cesar e conversar com os alunos da Escola de Teatro, conforme relatado na edição de 19 de outubro do Diário do Grande ABC.5 - Paulo Autran
Nascido em Santos (SP), o ator, diretor e jornalista Plínio Marcos (1935-1999) escreveu mais de 30 peças de teatro, sendo um dos primeiros dramaturgos a retratar a vida do “submundo” da cidade de São Paulo. No período da ditadura militar, teve várias peças e textos censurados. Na década de 1970, esteve na Fundação das Artes para conversar sobre a profissão com os alunos da Escola de Teatro.
Em seus anos iniciais, a Fundação das Artes buscou estabeleceu um intercâmbio cultural, possibilitando ao público ampliar sua visão sobre a arte no Brasil e no mundo. A instituição sediou uma exposição de gravuras do artista alemão Eberhard Schlotter, além da exibição de filmes do ciclo de cinema alemã, em parceria com o Instituto Goethe. A edição do dia 15 de junho de 1973 do Correio Metropolitano trouxe a programação cultural gratuita em detalhes.
A Fundação das Artes teve grande participação na realização de diversas edições do Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul, entre 1967 e 1988. Tais eventos premiavam os melhores trabalhos de artes plásticas, que passavam a fazer parte do acervo municipal, e foram referência para a criação de outras mostras semelhantes na região do ABC. Em 15 de agosto de 1976, a Folha de S. Paulo trouxe reportagem bastante positiva sobre o tema.
Considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro, o ator, diretor e dramaturgo Procópio Ferreira esteve na Fundação das Artes em 1977. No palco do Teatro, recebeu uma homenagem do prefeito Raimundo da Cunha Leite e do diretor da Fundação, Milton Andrade, em comemoração aos 60 anos de profissão, conforme registrado no Diário do Grande ABC de 15 de abril daquele ano.
Para marcar a primeira década de atividades, a Fundação das Artes realizou intensa programação ao público. Uma das atrações foi a exposição “Gravuras de Três Gravadores”, valorizando o trabalho de artistas brasileiros, noticiada no Diário do Grande ABC em 31 de agosto de 1978.
Peça de estreia de Gianfrancesco Guarnieri como dramaturgo, o espetáculo Eles Não Usam Black-Tie foi originalmente encenado em 1958 no Teatro Arena. Na Fundação das Artes, o Grupo Eco, formado por operários de indústrias da região do ABC, apresentou o espetáculo sob direção de Antonio Petrin, em julho de 1978. Também nessa época, foram formados outros dois projetos: o Grupo Cena, dirigido por Ulysses Cruz e o grupo Da farofa ao caviar, dirigido por Silnei Siqueira.
Em 21 de dezembro de 1978, o Diário do Grande ABC noticiou a estreia da Orquestra Sinfônica Jovem em espetáculo de encerramento do ano letivo. A Orquestra se mantém ativa e é um dos organismos que possibilita a prática conjunta dos alunos, inclusive instrumentos pouco conhecidos e estudados. Além disso, proporciona aos estudantes a infraestrutura para ensaios e apresentações, com foco na profissionalização.